sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ESTIMULAÇÃO PRECOCE - ÁREAS DE ATUAÇÃO 2


Este é o último post sobre atuação na Estimulação Precoce, em breve teremos novas informações sobre o tema. Desta vez vocês conhecerão o trabalho da pedagoga, da psicóloga e da assistente social. 


Pedagogia
O trabalho da pedagoga na estimulação precoce se dá, inicialmente, de maneira indireta, pois ela atua junto aos pais com orientações sobre ao programa, o desenvolvimento infantil e a preparação para educação infantil (berçário e creche). Aos poucos ela inicia o trabalho diretamente com as crianças avaliando como elas realizam as mediações e estabelecem relações, desenvolvendo o processo de aprendizagem. 
Nesta perspectiva o trabalho de estimulação pedagógica envolve:
·trabalho de estimulação global (habilidades motoras, visuais e auditivas);
·atividades que visam melhorar aspectos perceptuais (auditivos, visuais, táteis), importantes para o processo de aprendizagem;
·estimulação linguagem e comunicação;
·atividades para aprimorar a organização e o nível de atenção e concentração;
·preparar e acompanhar o indivíduo na inclusão escolar (creche) e social;
·desenvolvimento de atividades de forma lúdica, visando à maior interação da criança.
Na estimulação pedagógica trabalhamos as ferramentas necessárias para propiciar o desenvolvimento cognitivo da criança.

Psicologia
A área de psicologia tem como objetivo proporcionar o bem estar dos atendidos e família, e realizar a ponte para que estes sejam incluídos em ambiente social/educacional, prestando orientações sobre comportamentos apresentados. Cabe ao psicólogo também realizar encaminhamentos externos a locais indicados após avaliação e atendimento.
Os atendimentos à família são realizados no momento em que os pais chegam ; num primeiro momento o setor psicossocial realiza uma entrevista inicial (Anamnese), esclarecendo dúvidas e transmitindo informações e orientações quanto ao bebê, criança ou adolescente.
A psicologia oferece também atendimento individual a estes pais como instrumento de escuta, em que serão trabalhados dúvidas, esclarecimentos, orientações e apoio emocional. Quando trazem questões relacionadas a outros membros da família, o serviço de psicologia também realiza o atendimento (após atendimento de um membro da família que se encontra com problema, e tais problemas não estão relacionados ao atendido com Síndrome de Down, este familiar será encaminhado para um profissional externo sem vínculos com a Associação).
Como proposta do serviço psicológico, seria fundamental a formação de um grupo de pais (com enfoque terapêutico) a fim de promover encontros com trocas de experiências, como espaço para que todos possam trabalhar sentimentos, emoções, frustrações, tendo como particularidade algo em comum, ou seja, os filhos com Síndrome de Down.
 
Serviço Social
O serviço social em Programa de Estimulação Precoce constitui elemento de ligação entre criança - pessoa com Síndrome de Down – família - comunidade, visando oferecer um atendimento global à criança e sua família, bem como propiciar que a estimulação tenha uma continuidade no lar. Junto à equipe profissional, o assistente social procura trazer dados familiares para que haja melhor compreensão de atitudes e comportamentos apresentados pelo paciente e seus pais durante o atendimento.
Quanto à comunidade, é preciso que o assistente social esteja ciente dos recursos nela disponíveis aos quais possa recorrer a fim de sanar dificuldades surgidas com a criança e/ou familiares. Deve ainda, levar ao conhecimento da comunidade o tipo de trabalho desenvolvido e procurar, sempre que possível, conscientizar a população quanto a sua responsabilidade diante da problemática da criança com síndrome de Down.
As visitas domiciliares também são fundamentais para conhecer o ambiente em que a criança vive e saber um pouco mais como se apresenta em ambiente doméstico, podendo ser observada a dinâmica familiar.

Tainá-Rekã Padua: pedagoga do Espaço Pipa
Renata Milanez: psicóloga do Espaço Pipa
Ana Beatriz Kraide: assistente social do Espaço Pipa
Texto de Tainá-Rekã
 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ESTIMULAÇÃO PRECOCE - ÁREAS DE ATUAÇÃO 1


Dando continuidade às postagens sobre Estimulação Precoce, hoje contarei um pouquinho como algumas áreas atuam nesse programa de atendimento. Desta vez vocês conhecerão o trabalho da fisioterapeuta, da fonoaudióloga e da terapeuta ocupacional.

Fisioterapia

O principal objetivo da fisioterapia é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos são utilizados métodos que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.
O objetivo da fisioterapia não é tentar igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down ao de uma criança sem a síndrome nem exigir da criança além do que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização das atividades diárias e na resolução de problemas.


Fonoaudiologia
Os bebês com Síndrome de Down têm muita dificuldade na sucção por causa da hipotonia dos músculos da boca e dos movimentos imprecisos da língua, levando-os freqüentemente a dificuldade no aleitamento materno e também da maturação dos padrões de deglutição e mastigação.Por isso é muito importante que a criança receba estimulação com o objetivo de facilitar seu desenvolvimento, aproximando-se o mais rápido possível do padrão.
Nesse período, a sucção e a deglutição merecem atenção especial da Fonoaudióloga, com o objetivo de melhorar as condições de alimentação, sobretudo favorecer condições para o aleitamento materno, pois essa é a forma mais eficaz de alimentar um recém-nascido, pelo seu aspecto nutricional e imunológico. A amamentação natural, também vai auxiliar no tônus dos músculos orais, além de favorecer o estreitamento afetivo entre mãe-bebê.
É de extrema importância que a mãe também receba atenção fonoaudiológica nesse período, auxiliando-a sobre suas dúvidas relacionadas à síndrome e incentivando-a a amamentar a criança com prazer.
Normalmente a criança têm a seqüência de desenvolvimento semelhante às outras crianças, mas em ritmo mais lento. São crianças menos responsivas à estimulação verbal. As vocalizações intermitentes podem ser observadas por volta de três meses, com duração prolongada; o balbucio é menos constante e ocorre mais tarde.
O atraso da linguagem nessas crianças é evidente, sendo freqüente não falarem até o segundo ano de vida, e podem não combinar palavras até o terceiro e quarto ano. A lentidão em adquirir certas habilidades, principalmente às relacionadas à aquisição da fala e da linguagem, geram muita expectativa na família e na sociedade em geral, daí a importância da estimulação o mais precoce possível. A adequada estimulação dessas crianças têm sido fator determinante para melhorar a qualidade de sua comunicação, apresentando assim, uma linguagem oral mais eficiente e muitas vezes, adquirindo a linguagem escrita.

Terapia Ocupacional
O trabalho do terapeuta ocupacional é imprescindível na estimulação precoce, tendo como objetivo geral promover a continuação do desenvolvimento global da criança, favorecendo a proteção e conservação das funções existentes, prevenindo contra a incapacidade e garantindo a recuperação ou a adaptação em diferentes níveis. Os resultados positivos dependem principalmente da idade com que essas crianças iniciam as terapias. Através da estimulação o terapeuta procura diminuir os prejuízos futuros. Esse trabalho é importante e ajudará a criança a se tornar independente.
O terapeuta ocupacional, através de atividades selecionadas, desenvolve um programa cuja finalidade é mobilizar e reorganizar as funções mentais, motoras e sociais.

Daniele Ruoco: fisioterapeuta do Espaço Pipa
Marcela Romani: fonoaudióloga do Espaço Pipa
Silvia Marchete: terapeuta ocupacional do Espaço Pipa
Texto de Tainá-Rekã - pedagoga no Espaço Pipa - Síndrome de Down

Michel, pai de um dos bebês atendidos em nosso programa de estimulação precoce, nos enviou o link de uma reportagem que aborda a importância da participação familiar e dos estímulos na infância. Para ler a reportagem, clique AQUI.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ESTIMULAÇÃO PRECOCE

O QUE É?
A notícia da chegada de uma criança com Síndrome de Down não acontece de maneira natural para os pais, seus planos e expectativas são modificados e muitas dúvidas aparecem. Antes mesmo de um atendimento específico a essa criança, a família precisa ser ouvida, compreendida e orientada, ao que chamamos de acolhimento familiar.
O desenvolvimento de uma criança com Síndrome de Down requer atenção diferenciada, pois demora mais para suas habilidades se desenvolverem e suas aquisições são conquistadas de maneira mais lenta. Os pais de crianças com Síndrome de Down são orientados a procurar atendimento de estimulação precoce, este acompanhamento é essencial para a orientação aos pais sobre o melhor estímulo a ser dado aos seus filhos e, através de técnicas especializadas, desenvolver suas potencialidades.

Hoje, o conceito de Estimulação Precoce é mais vasto e dimensional, podendo ser definido como um conjunto das intervenções dirigidas às crianças com problemas de desenvolvimento ou em risco de os virem a apresentar, suas famílias e contextos respondendo, o mais cedo possível, às necessidades que apresentam. A família participa ativamente em todo o processo e esta participação é um elemento fundamental.

O programa envolve os seguintes procedimentos:
1) Acolhimento e orientação familiar
2) Avaliações da criança e da família
3) Elaboração do plano individual de atendimento
4) Atividades e intervenções dirigidas à criança
5) Acompanhamento e visita familiar e escolar (nos casos de crianças já em processo de escolarização)
6) Reavaliação periódica da criança, da família e seu ambiente para intervenções e recomendações.


COMO ACONTECE?
O programa de Estimulação Precoce leva em conta as áreas do desenvolvimento global da criança: física, motora, cognitiva, sensório perceptivo, socioafetiva e de linguagem.
Dentro de cada uma dessas áreas a equipe profissional deverá projetar: os objetivos (o que a criança deverá atingir), conteúdos das atividades (o que a criança realizará), estratégias de intervenção (como o profissional vai atuar), ambientes de estimulação (onde e com quem a criança age e interage), avaliação (como o programa está se desenvolvendo).
No acolhimento familiar são oferecidas algumas orientações:
- esclarecimento quanto à Síndrome de Down, desmistificação da deficiência, apresentação das potencialidades
- área médica (exames necessários e encaminhamento aos serviços especializados quando necessário)
- apresentação do programa de intervenção precoce e dos profissionais que atuarão com a criança

Intervenções (após elaboração do plano individual):
- Antes mesmo da criança ser atendida diretamente, a equipe trabalhará com a família apresentando sugestões e opções para amamentação/alimentação, maneira de carregar e banhar, posicionamento no berço, organização do quarto etc.
- Para crianças de 0 a 2 anos: duas sessões semanais de uma hora ou uma hora e meia de duração, contam com três ou mais profissionais atuando de maneira interdisciplinar. Neste momento fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional são os profissionais de referência.
- Aos 18 meses, aproximadamente, são introduzidas as atividades em meio aquático.
- A partir de 2 anos, as crianças poderão ser atendidas em grupos de 3 a 4, esses agrupamentos serão determinados de acordo com os objetivos estabelecidos, com sessões de 30 a 40 minutos cada.
- Depois dos 5 anos a equipe definirá quais áreas ainda necessitam de manutenção nas intervenções diretas com a criança e o setor de apoio educacional poderá acompanhar a escolarização e alfabetização.

QUEM FAZ PARTE DA EQUIPE PROFISSIONAL?
- Fisioterapeuta
- Fonoaudióloga
- Terapeuta Ocupacional
- Assistente Social
- Educador Físico
- Pedagoga
- Psicóloga
- Equipe de consultoria: médicos pediatras e especialistas, dentistas e nutricionistas.

(Na próxima semana você conhecerá um pouco da atuação da fisioterapeuta da Estimulação Precoce)

Texto de Tainá-Rekã - pedagoga no Espaço Pipa - Síndrome de Down